Chaminé Grande

Data: 
Desconhecida
Autor: 
Desconhecido

A "Chaminé Grande", tinha 35 metros de altura e fazia parte de um conjunto de duas enormes caldeiras a vapor.
Foi derrubada a 24 de Novembro de 1965 por funcionários da empresa "José Maria Gomes" de Lisboa para sucata, tendo o acontecimento sido noticia no jornal "Diário do Alentejo".
A Chaminé era um dos símbolos da mina e o seu desaparecimento foi causa de grande consternação, dando mesmo origem a uns versos (abaixo transcritos) da autoria de António Joaquim Felício

 

Lembrança dos Construtores da Caminé Grande e a Todos os Operários Daquele Tempo Já Desaparecidos

 

Eras o símbolo da terra
Para todos óh chaminé
Pois todos fariam gosto
De te ver sempre de pé

 

Eras a recordação
Dos nossos antepassados
Recordação dos faltados
Da tua velha construção
Já não há ninguém de então
Dessa tua velha era
Que agora ainda pudera
Assistir aos teus destroços
Perante velhos e moços
Era o símbolo da terra

 

Alegravas os ausentes
Quando ao povo regressavam
E que de longe te avistavam
Muito alegres e contentes
E ainda também aos presentes
Revelavas esperança e fé
Como se fosses a sé
Ou qualquer coisa parecida
A tua queda foi sentida
De todos óh chaminé

 

Tu eras o momento
Da Mina como memória
Que encerras a velha história
De todo o seu movimento
Lembravas o velho tempo
De quem te pôs nesse posto
Que a terra gastou o rosto
A tua era assim indica
Que ficasses como relíquia
Pois todos fariam gosto

 

Há perto de oitenta anos
Que num deserto desta vida
Como símbolo conhecida
Ganha pão desses planos
Estes meios eram tiranos
Creiam que assim o é
Só conheciam até
Choças que cá existiam
Todos por isso desejavam
De te ver sempre de pé

 

Autor: António Joaquim Felício (António Viana)
Mina de São Domingos - 23-11-1965

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