"Este sindicato tomou uma feição que lembra as velhas corporações de ofícios, revelando simultaneamente influências do sindicalismo britânico: exigia da empresa o direito de nomeação do encarregado dos Serviços Marítimos e o de julgar os trabalhadores marítimos que cometessem qualquer falha; exigia ainda que só os seus associados e os filhos da povoação mineira podessem ocupar uni lugar na empresa e que as tabelas salariais fossem estabelecidas pela associação." (Paulo Guimarães, 1989, p. 54).
A assembleia-geral que aprovou os estatutos desta realizou-se em 16 de Janeiro de 1911, em Vila Real de Santo António, tendo o alvará sido emitido em 16 de Setembro de 1911 e publicados os estatutos no Diário do Governo em 21 de Outubro de 1911. Os estatutos eram constituídos por vinte e três
artigos organizados em nove capítulos. Os membros da comissão organizadora foram José Mascarenhas, Manuel de Brito, João da Palma e Modesto Ribeiro.
Segundo a informação enviada para o Ministro do Fomento, existiriam em 277 trabalhadores no momento da organização, que realizavam a descarga do mineral naquela vila algarvia e que subscreveram a proposta de estatutos que foi aprovada. Os elementos iniciais da direcção
foram: José Félix Júnior (presidente), José Francisco Bandeira (Secretário) e pelo tesoureiro Manuel d’ Horta.
No ano seguinte, a 31 de Outubro de 1912, realiza-se uma assembleia- -geral desta agremiação operária para eleger os membros da direcção e, a notícia na imprensa dava conta de um curioso alerta “esta nova direcção
tome melhor orientação que a transacta e que siga os estatutos e seja mais humanitária para com os camaradas”.
Em Setembro de 1913 temos a notícia da sua participação, ou pelo menos representação no comício, realizado a propósito do encerramento da Fábrica Piloto & Capa, devido a estar a organizar-se naquela fábrica uma associação de classe de trabalhadoras.
