Sindicato dos Operários da Industria Mineira (Antigo)

Ano: 
1931
Descrição: 

Sindicato Mineiro de S. Domingos

Reania a Assembleia Geral deste organismo no pas gado dia 6, da qual damos publicidade pelo nosso cor rospondente. Foi discutida e aprovada a cotização a estabelecer

para o Secretariado Mineiro e Metalúrgico. Lido o oficio dos Membros da Directiva da Casa del Pueblo de Gusmin, e depois do presidente se ter refo rido a cartas de camaradas portugueses que foram ex polsos das Minas das Herrerias, Valentim A. Joko, ex- plies assim o assunto:

Quando exilados em Portugal alguns camaradas espanhois, dignos de toda a solidariedade que, naquela ocasião para eles me. lindrata, lhes prestamos, souberam reconhecer que tudo quarto necessitam e as circunstancias permitium qne se fizesse nunca Thes negamos. Isto foi solidariedade que em nossa casa lhe pres. támos, tão francamente que até lhes pediamos desculpa de me thor no poderem ser tratados por nós, porque mais não estava ao nosso alcance. Mas quando nos solicitaram como Empres. timo a importancia precisa para seguirem a Lisboa, eles mesmo declararam que a sua Unico General U. G.T.) nos reembolsa ria dessa importancia logo que eles conseguissem relações com o citado organismo. Quiseram assinar um documento neste sen. tido, e nos confiámos em que, especialmente Miguel Redondo, sempre saberia distinguir que a solidariedade que a todos presta mos era diferante do Emprestimo que nos haviam solicitado para que a U T.nos pagasse, mais tarde.

Quando um dia (já estando implantada a Republica) os exi Tados, e o proprio camarada Redondo, voltaram a Espanha e lbe falimos no assunto, não pura que eles nos pagassem, mas sim para que tratassem do assunto junto da U. G. T. soubemos que se dava uma interpretação, errada aos nossos desejos, chegando propalur-se entre os trabalhadores que enós exigiamos a solie a dariedade que lhe tinhamos prestado... Falso! Absolutamente falvo, pois que nos apenas lembramos que a U. G. T. devia pe ger-nos directamente, visto que d ordem desse organismo se ti nham revoltado, e estavam sofrendo o exilio, demais, porque de Lisboa a França haviam ido dois de eles, em busca de trabalho custeando suas despeans com o auxilio enviado ja então, para eles, pela U.G. T.

Porque não se comunicou na mesma data que um débito ti- nham contraido para connosco afim de que nos fosse pago ?... Não nos cumpre apreciar como foi considera la a Solidariedade que um dos exilados recebeu em Lisboa, e que deu motivo a de sinteligencias entre os mesmos e suas familias, mas devemos ter em conta a confuscio que se estabeleceu entre os trabalhadores daquele povoaclio, em grande parte mineiros, como nós, falsa mente informados de que se passou.

A prova mais evidente de que procediamos correctamento e de acôrdo com a verdade dos fatos, é que precisamos aceitar o 9. pagamento daquela importancia que Miguel Redondo, como re presentante da Casa do Povo, aqui veio entregar-nos a mandado daquele organismo

Recuramos, porque a questão tinha um aspecto moral que nos no queriamos ver prejudicado : -A Central do Socialistas de Espanha saberia como nós, apesar de em oposição as suas práticas politico-burguesas, nos não recusávamos no comprimento de um dever exemplar. O nosso pedido de explicações em face das cartas recebidas de alguns portugueses, em que protestavam contra a atitude da Casa do Povo perante a crise das minas, nada timba de ofensivo nem descarado, como dizem os directores da C. P. Se, porém, foi ferida a sensibilidade daqueles ao apreciar mos a atitude fanatica dos SOCIALISTAS que mandam, isso é outro cano ! E entlio não temos dúvidas em continuar afirmundo que a atitude dos socialistas não é mais que traição. E se expli ca: Os mais revoltados de ontem ao lado de seus companheiros de trabalho, jd hoje no reconhecem vantagem em novas revol- tas contra as injustiças da novo regimen, porque, um pouco en fronhados na misslio de autoridades, sentem necessidade de não prejudicar la marcha de la Republica e assim, sem um protesto solidário, se atira para a fome e para a miseria homens que pela causa arriscaram a sua vida.

A Casa do Povo, que nos conste não levantou seu protesto contra o páro forçado nem se reportou dua misslio, defendendo do mal o menos. Encontraria de certo uma forma de ninguem ser despedido, se a Solidariedade fosse de facto interpretada como fe lizmente o tem sido entre os mineiros de S. Domingos. Aqui temos & exemplo e a prova de que portugueses e espa.

nhoes lançados no desemprego pela Empreza das Herrerias não sofreriam tão rudemente ne a solidariedade fosse bem compreen dia a dentro da Casa do Povo. Não acusamos ninguem. A culpa é dos trabalhadores que se deixaram enganar pelas promessas dos revolucionarios de ontem ... Aos trabalhadores de Puebla de Gusman nos prendem relações de funda amisade, e para eles atra ver da fronteira vão as nossas sinceras saudações, peros, como dizem nossos vizinhos, para los Socialistas de Estado, para os que conscientes da sue missio se prestam a atraiçoar as aspirações e as necessidades dos trabalhadores, para esses vai todo o nosso despreso, e, já que nunca tivemos relações, oficialmente, com a Casa do Povo, essas relações não se podem romper, antes sem pre nos encontraremos em total divergencias porque, os princi pios defendidos por um organismo arrastado por um partido poli tico diferem totalmente daqueles que nós defendemos. Ao res ponder-se, em nome da Direcção deste Sindicato a Directiva da Casa do Povo, proponho que no deixe de referir-se a esta ultima

parte das minhas considerações. A Direcção manifestou-se de acordo com as palavras de Va- Jentim, que foram egualmente apoiadas pela Assemblea.