Biografia
Retratos de uma trajetória marcada pela versatilidade
NASCIDO em Mértola, no Alentejo, a 26 de Agosto de 1926, José Maria Rodrigues velo para Lisboa ainda menino, onde estudou e viveu até aos 30 anos. Embarcou, em serviço, para o Rio de Janeiro no ano de 1955 e ali estabeleceu residência desde então.
Em Portugal, iniciou-se, na qualidade de repórter, no jornal O Cartaz tem 1946). Trabalhou, depois, nas revistas Filmagem, Animatógrafo, Cinema, Voga, Jornal de Actualidades, Flama e Século ilustrado, Foi técnico assistente de vários filmes portugueses do período de ouro, entre eles, Fado (no qual interpretou, allás, um pequeno papel). Na rádio, foi produtor e locutor. E, no teatro, foi durante muitos anos, chefe dos departamentos de publicidade e relações públicas dos teatros de Vasco Morgado-Monumental, Variedades e Avenida -tendo, também, participado em várias revistas, como co-autor. E. ainda, autor de letras de vários fados de sucesso,
Acasos de uma viagem ao outro lado do Atlântico
A ida para o Rio de Janeiro ficou a dever-se ao actor Rodolfo Mayer, de quem se tornou amigo ao lançar, em Lisboa, a peça As Mãos de Euridice. Viajou com a finalidade de assegurar algumas reportagens e contratar uma companhia de revista. Enviou, de facto, as reportagens, mas acabou por ficar.
Participou activamente no intercambio artístico luso-brasileiro, levando alguns artistas para o meio carioca e remetendo algumas companhias brasileiras para a capital portuguesa, com destaque para Maria Della Costa. No Rio de Janelro, iniciou a sua actividade no jornal A Noite e na Revista da Semana. Foi, ainda, secretário do Jomal de Letras brasileiro. Entrou para o semanário Voz de Portugal em 1955, publicação em cujos quadros se mantém, aliás, até hoje.
Villaret, Mirita Casimiro, Hermínia e Eugénio Salvador: companheiros de "viagem"
José Maria Rodrigues: continuar a amar Lisboa sem limites mesmo longe dela.
Estou relembrando-os amigos mais antigos desses tempos : o Manuel Revez Vaz, o Zé Romão, o Álvaro Aleixo, o Antonio dos Santos, o Domingos Palma, com quem me encontrei aqui no Rio quando veio visitar a filha; o outro Manuel Revez, filho da Estemenha, o Eurico, o Adriano (filho do senhor Lopes) o Guerreiro, a Maria Teresa e irmãs, filhas do senhor Barão. Sei la quanta gente tenho para lembrar.
A Tasca do Paulino, a loja de barbearia do Eugénio, a venda do Chico Manel, o Clube, a chegada da camionete, o dr. Rocha, o padre Brito, o engenheiro Orton, as bebedeiras de domingo, no Bairro Alto, na tasca do Álvaro Cavaco. Os dias de pago, a minha avó Gracinda e as compras na Cooperativa, o meu o Manel Zé e a sua horta que lhe tinha sido deixada por um engenheiro inglês.
Tudo isto fez parte da mim. Tudo isto está armazenado em mim nestas terras tropicais. Como eram deliciosos os bailes de São João aí, nos Centro, com as garotas trabalhando nos arquinhos e bandeirinhas e a nossa malta erguendo os mastros cobertos de verdura. E vinham depois os músicos, como o bom trompetista Fortunato e o saxofone Pacheco. Como eram poéticas as tardes de domingo com a banda no coreto, dirigida por mestre Lopes. E as moças desfilando cheias de sorrisos.
tudo tão bom que me parece não ter acontecido.
Aqui lhes deixo os recortes do time e uma crónica minha sobre a nossa terra. Entreguem um dos recortes ao Zé Romão. E quem ainda se lembrar de mim poderá escrever-me pois me dará uma alegria sem limite.
Por aqui fico morto de saudade
a) José Maria Rodrigues
Rua São Clemente 373-804 Rio de Janeiro
PS - Como recebi recentemente uma condecoração do Governo português e tenho um livro para ser lançado em breve, é bem possível que em 1991 dê por aí uma saltada. Quero ver a minha garotada do São Domingos