Nasceu em Aljustrel a 30 de Março de 1902. Com 3 anos de idade foi adoptado por familiares em virtude de doença dos pais. Pouco depois entrou na escola, completando o 2.° grau e ganhou, do director das Minas de S. Domingos, Wiliam Nevil, no acto do exame, um lindo relógio de prata.
Em 1915 entrou a trabalhar no Laboratório Químico das Minas. Mas a guerra obrigou-o a interromper este trabalho, só retornando a ele a partir de 1918. A questão social latente levava às minas a necessidade do sindicato dos mineiros. E como Valentim fora peça importante na sua fundação, expulsaram-no do emprego em Abril de 1924. Só voltou ao Laboratório em 1931.
A sua actividade efectiva começou em 1923 com a defesa dos interesses dos trabalhadores da região do Concelho de Mértola, da parte de Cambas, margem esquerda do Guadiana. Duas vezes a sua casa foi invadida pela polícia e teve seus os pertençes domésticos destruídos. Nos anos de 1924-1930, exerceu cargos directivos no Sindicato dos Operários da Indústria Mineira, das Minas de S. Domingos, em defesa dos direitos da classe.
Por ter participado da greve das minas em 1932 teve que exilar-se durante 4 anos, em Espanha, perto da fronteira. Em Agosto de 1936 regressou clandestinamente a Portugal, vivendo entre os corticeiros do Barreiro até fins de 1937, passando então para Setúbal, sempre lutando por suas ideias. Participou do atentado a Salazar e, escapando à caçada policial, foi lutar em Espanha, em defesa dos seus ideais, até ao final da guerra civil. Retornou a Portugal e viveu na clandestinidade até ser preso, no dia 30 de Outubro de 1949, na estação do C.F. de Setúbal.
A 2 de Fevereiro de 1950 deu entrada no Forte de Peniche, depois de ter passado algum tempo no Aljube. Quinze anos depois, em 29-4-1964 foi posto em Liberdade.
Morreu em 29 de Janeiro de 1970, em Setúbal, e no seu funeral a P.I.D.E. ainda esteve presente para "ter a certeza" que o anarquista morrera mesmo!