".... Veja-se, em relação aos problemas sociais e às dificuldades que grassavam na Mina de S. Domingos, no período em que deflagrou a Il Guerra Mundial, a nota (com caracter confidencial) de António Máximo, Chefe do Posto da Polícia de S. Domingos, enviada a 16 de Novembro de 1941 ao Comandante da Polícia de Segurança Pública de Beja, e que contextualiza muito bem os tempos difíceis que se viviam então em S. Domingos: "Informo V. Exª que, devido à guerra, não tem tido saída o mineral arrancado na contra mina, pela dificuldade e grande risco que correm os barcos que, em tempo normal acostam no caes do Pomarão, onde se efectua o carregamento dos mesmos. Sómente uma pequena parte do mineral, é que é trabalhado para se lhes extrair o enxofre e este colocado na União Fabril. A receita realisada com este enxofre, não cobre de forma alguma as despesas que a empresa tem com a laboração da mina. A ac tividade desta está reduzida a quatro dias de trabalho por semana, e mesmo assim, é insustentavel esta situação, que terá com este estado de coisas, de se agravar. Não é de admirar pois, que a Empresa, den tro em breve, se veja na necessidade de fazer despedimentos de um grande numero dos seus operarios, o que virá agravar consideravelmente a situação economica de toda esta região, que, de algum tempo a esta parte, vem lutando com grandes dificuldades. Ha uma certa resignação em toda esta gente trabal hadora, por verem e compreenderem, que não tendo a empresa, exportação de mineral, é a primeira a sentir os efeitos do momento que passa. O socêgo e a ordem publica são completos. (LO1, 305)....."
In cadernos do museu do contrabando