La industria minera en Portugal- Mina de Santo Domingo-1886

Ano: 
1886
Editor: 
Revista mineira
Descrição: 

A INDÚSTRIA MINERA EM PORTUGAL.
MINA DE SANTO DOMINGO.
Continuação. (1).
Partindo da estação geral da via que se dirige ao cais de Pomarão e a cerca de três quilómetros de distância, encontra-se o local denominado Achada do Gamo, onde se realiza o beneficiamento dos minerais de Santo Domingo.
O transporte é automotor, uma vez que a inclinação da via permite que os vagões rodem por si mesmos até ao pé do plano inclinado, operação que se repete depois em vários outros trajetos da via para Pomarão, com o que, não tendo as locomotivas de efetuar o transporte senão nas subidas, conseguem poupar algum combustível.
O minério é despejado em grandes depósitos que têm uma extensão total de aproximadamente uma légua e onde já existe uma quantidade acumulada estimada em cinco milhões de toneladas.
Depois de descarregado o minério (e entenda-se que a este benefício só concorre o da lei comum da mina, pois o de riqueza excepcional é exportado diretamente tal como sai da mina), ele é despejado simetricamente ao lado da via, onde os trabalhadores o fragmentam com mazadas até deixá-lo reduzido ao tamanho aproximado de um ovo. Grandes condutas de ferro conduzem a água das represas, verificando constantemente a irrigação daquela enorme massa de mineral.
Como a água produz e acelera a decomposição dos minerais sulfurados, tanto mais facilmente quanto maior for a quantidade de sulfureto de ferro que eles contêm e menos homogénea for a sua textura, condições em que se encontra o mineral de Santo Domingo, resulta a transformação em sulfato muito mais rápida, favorecida também pelo ácido sulfúrico libertado pela decomposição do FeS.
As águas cobreiras saem por valas abertas aos pés dos taludes do mineral, correndo daqui para os pilões de repouso, onde se regulariza a saída das águas para os tanques de cimentação.
Estes tanques são 160, e estão dispostos em quatro filas, ocupando em seu percurso um vasto alpendre de 200 m.
A secção de cada tanque é de 6 m x 5 m, construídos com material revestido de madeira; as águas entram por canais superiores que comunicam os tanques entre si, sendo obrigadas a descer por canais até ao fundo dos pilões, para entrar em contacto com o ferro e verificar a cimentação.
A riqueza das águas vitrílicas à saída dos escoadouros é muito variável, oscilando entre 11 e 75 grãos por galão, e a permanência das águas nos tanques é de 9 a 10 horas.
A quantidade de ferro em lingotes, que são colocados encaixados em cada tanque, é de doze toneladas. A produção diária de todos os tanques é de aproximadamente vinte toneladas de casca com uma riqueza de 60 a 80 por 100 em cobre, normalmente.
As águas, depois de saírem dos tanques, são direcionadas para alguns labirintos, nos quais ainda rendem uma quantidade considerável de cobre, sendo depois elevadas por uma bomba para os escoadouros, para dissolver novamente o cobre.
As águas consideradas suficientemente depuradas são conduzidas para grandes depósitos que comunicam com o rio Chança, verificando-se a evacuação das águas nas grandes cheias da margem; mesmo utilizando este procedimento, a empresa paga grandes somas como indemnização aos pescadores daquela margem.
As águas vitrílicas extraídas dos trabalhos interiores da mina são aproveitadas em recipientes idênticos aos descritos, mas localizados perto do despejo da bomba de drenagem, evitando assim a condução das águas até aos depósitos da Achada do Gamo.
A grande quantidade de água necessária para todos estes trabalhos, bem como a utilizada pelas máquinas a vapor, a gasta na irrigação do minério na mina e outras necessidades do estabelecimento, é obtida através da recolha da água da chuva que se acumula nos vales que rodeiam a mina.
Existem várias barragens, conhecidas localmente como tapadas, a maioria escalonadas em direção ao ponto de beneficiamento do minério: a maior dessas barragens fecha um extenso vale, capaz de conter seis milhões de metros cúbicos de água.
A arborização que cresce nas margens deste belo lago e o pitoresco de toda a paisagem que o rodeia conferem a este local tal amenidade que é o mais favorecido por todos os viajantes que visitam a mina e pelos funcionários da Companhia que mantêm no lago alguns barcos para seu lazer e diversão.
Exportação - Os dois primeiros trabalhos que a empresa de Santo Domingo empreendeu ao tomar posse das minas, foram a construção do porto de Pomarão no rio Guadiana e a da via férrea que liga este porto ao estabelecimento, trabalhos muito bem concebidos, pois conseguiram desde o primeiro momento o transporte dos seus minerais com grande economia e puderam efetuar uma exportação que ascendeu, em anos excepcionais, à cifra de 500.000 2.
A dificuldade do trajeto da mina até o porto de Pomarão e a escolha da localização deste último ponto, que tinha que estar subordinada à conjunção de condições convenientes, proximidade da mina e profundidade do rio suficiente para permitir a aproximação de navios de calado regular, apresentou desde o início verdadeiras dificuldades, que foram superadas pela perseverança e estudo do Sr. Mason, autor das referidas obras.
O caminho aberto à exploração hoje em dia não é o que foi construído inicialmente, pois o traçado antigo, que seguia as sinuosidades do vale, foi modificado para evitar as curvas apertadas e também para encurtar o trajeto com a construção de vários túneis.
A via férrea atual tem uma extensão de 17 km, sendo a largura da via a mesma de 1,10 m que já mencionámos era a geral em todos os serviços.
As inclinações são bastante variáveis, tornando o tráfego automotor em percursos longos: as mais comuns são de 2 1/2 a 3 e 5 por 100: os raios das curvas também variam entre os limites de 200 e 500 m.
Desde a Achada do Gamo, ponto de benefício dos minerais, até ao fim da via, existem quatro estações denominadas Telheiro, Santana de Cambar, Salgueiro e Corte Machado, todas elas equipadas com depósitos de carvão e materiais, e vastos armazéns de minério: a de Corte Machado conta com um grande armazém com capacidade para 25 000 t. Existem sete túneis, o maior com 300 m de comprimento. O porto de Pomarão está situado num local onde a margem do Guadiana reduz bastante o seu leito, mas a inclinação excessiva das montanhas e a natureza da rocha tornaram bastante dispendiosa a construção dos cais e outras edificações.
O nível da via férrea está elevado cerca de quatro metros acima do piso do cais; a descarga é feita sobre este último, ou sobre outros vagões, espécie de plataformas que lançam o minério nos navios; esta última operação é realizada inclinando o vagão por meio de um aparelho especial, para as calhas que conduzem o minério pela escotilha do navio.
A casca é exportada em sacos ou fardos, somando de catorze a dez e seis o peso de uma tonelada do minério seco que é enviado para ser beneficiado na Inglaterra, após uma leve seleção manual; e, por último, o minério beneficiado nos depósitos é também exportado para a fábrica de ácido sulfúrico. Como este último mineral é despejado no cais assim que é conduzido da mina e fica algum tempo à intempérie até chegar a hora de embarcar, foram construídos no piso do cais alguns pilares de cimentação que recolhem as últimas quantidades de cobre que o mineral rende nos dias chuvosos. Pode-se dizer, portanto, que a operação de beneficiamento aproveita ao máximo o que o procedimento pode oferecer.
Os navios que atracam no porto de Pomarão têm normalmente uma carga de 1.500 t, mas como a barra do Guadiana, dada a sua pouca profundidade, não lhes permite sair com a carga total, a empresa mantém pequenas embarcações, que saem fora da barra para completar a carga que podem admitir.
No que diz respeito à exportação, dizemos que ascendeu a 500 000 t em épocas excecionais; no ano passado, foi de apenas 100 000, o que não é de admirar, dada a queda que o cobre sofreu, depreciação que se mantém há tanto tempo com uma insistência deplorável.
Para terminar o nosso trabalho sobre a mina Santo Domingo, resta-nos dizer algumas palavras sobre as oficinas e a população operária.
As oficinas, como são chamadas em Portugal, estão situadas no centro dos trabalhos e contêm todo o tipo de máquinas e ferramentas necessárias, não só para efetuar as reparações do material, mas também para a construção de toda a obra nova de máquinas, etc., etc.
As ferramentas desta oficina são movidas por uma máquina de 16 cavalos; a oficina de madeira possui outra de 120 cavalos, devido a este excesso de força que, no início, era o motor da iluminação elétrica que existia em todos os escritórios: por último, a fundição conta com dois cubilotes com capacidades de 1 e 2 t.
A vila de Santo Domingo está construída a nordeste da exploração; e durante o dia é uma vila com capacidade para 4 ou 6.000 habitantes, embora atualmente não conte mais do que 2.000 operários nos seus trabalhos. Em ruas escalonadas na encosta de uma extensa colina, há uma infinidade de quartéis dispostos em forma de anfiteatro, apresentando à vista um belo panorama; esta disposição em degraus permite uma vigilância mais cuidadosa e, ao mesmo tempo, uma maior ventilação nos quartos. Além disso, os operários contam com um mercado, como não existe em vilas de população muito maior, um bom hospital, teatro e uma capela que ocupa a parte central da vila.
Um magnífico palácio, residência do visconde de Santo Domingo, abriga as dependências médicas e administrativas, um grande laboratório, enfim, tudo o que é necessário em um estabelecimento desta importância. O alto pessoal mora em pequenos hotéis próximos ao palácio.
Assim é hoje a mina de Santo Domingo. Desde a época remota em que foi abandonada pelos romanos, apagados todos os vestígios da antiga exploração, apenas uma modesta capela dedicada a Santo Domingo se erguia naquele deserto desconhecido. A indústria moderna, apoderando-se daquela fonte de riqueza, voltou a colocá-la em evidência, aprofundou os segredos dos seus antecessores e logo interrompeu o silêncio daqueles vales com o eco das máquinas a vapor, o barulho dos barretes que demoliram as montanhas, o eco, enfim, de uma nova vida que renascia ao trabalho, a luz do progresso que iluminava aqueles desertos após vinte séculos de noite contínua.
Não terminarei estas notas incorretas sem tornar público o meu agradecimento ao Sr. Abecasis, gerente do estabelecimento, ao Sr. Mascarenhas, administrador, ao Capitão Harvey, chefe da exploração, a Brown, do laboratório, bem como a D. Manuel Roldán, aluno da Escola de Freiberg, pela galante acolhida que me dispensaram, que não desmentiu em nada a proverbial e requintada cortesia do povo português.
ALFREDO GONZÁLEZ E. LASALA.
=
Engenheiro de minas.

Versão original
LA INDUSTRIA MINERA EN PORTUGAL.
MINA DE SANTO DOMINGO.
Continuación. (1).
Partiendo de la estación general de la vía que se dirige al embarcadero de Pomarão y á unos tres kilómetros de distancia, se encuentra el sitio denominado Achada do gamo, donde se efectúa el beneficio de los minerales de Santo Domingo.
El arrastre es automotor, puesto que la inclinación de la vía permite á los vagones correr por si mismos hasta el pié del plano inclinado, operación que se repite después en otros varios trayectos de la vía á Pomarão, con lo cual no teniendo las locomotoras que efectuar el arrastre mas que en las subidas con-siguen hacer una cierta economía en combustible.
El mineral es arrojado á grandes vaciaderos que vienen á tener una corrida general de una legua próximamente y donde existe ya acumulada una cantidad que se evalúa en cinco millones de toneladas.
Descargado el mineral (y entiéndase que á este beneficio solo concurre el de ley ordinaria de la mina, pues el de riqueza excepcional se exporta directamente tal como sale del criadero) se va arrojando simétricamente al lado de la vía donde los obreros lo trocean á brazo con mazas hasta dejarle reducido al tamaño de un huevo próximamente. Grandes conductos de hierro conducen las aguas de las represas, verificando constantemente la irrigación de aquella enorme masa de mineral.
Como el agua produce y acelera la descomposición de los minerales sulfurados, tanto más fácilmente cuanto mayor sea la cantidad de sulfuro de hierro que encierran, y menos homogénea su textura, condiciones en que se encuentra el mineral de Santo Domingo, resulta la transformación en sulfato mucho más rápida, favorecida también por el ácido sulfúrico desprendido al descomponerse el FeS.
Las aguas cobrizas salen por regatos abiertos á los piés de los taludes del mineral, corriendo de aquí á los pilones reposadores en donde se regulariza la salida de las aguas á los estanques de cementación.
Estos estanques son en número de 160, y están colocados en cuatro hileras ocupando en su corrida un vasto alpende de 200 m.
La sección de cada estanque es de 6 mX5m, construidos de material con un revestimiento de madera; las aguas entran por regatos superiores que comunican los estanques entre sí, siendo obligadas á descender por unos canales al fondo de los pilones, para ponerse en contacto con el hierro y verificar la cementación.
La riqueza de las aguas vitriólicas según salen de los vaciaderos es muy variable, y oscila entre 11 á 75 granos por galón, y la permanencia de las aguas en los estanques es de 9 á 10 horas.
La cantidad de hierro en lingotes, que se colocan encastillados en cada estanque, es de doce toneladas. El producto diario de todos los estanques es próximamente de veinte toneladas de cascarilla de una riqueza de 60 á 80 por 100 en cobre, ordinariamente.
Las aguas, después de haber salido de los estanques, son dirigidas á unos laberintos, en los cuales rinden aún bastante cantidad de cobre, siendo después elevadas por una bomba á los vaciaderos, para disolver nuevamente el cobre.
Las aguas que se consideran bastante depuradas, se conducen & grandes depósitos que comunican con el rio Chança, verificando la evacuación de las aguas en las grandes crecidas de la ribera; aun usando este procedimiento, la empresa satisface grandes sumas como indemnización á los pescadores de aquella ribera.
Las aguas vitriólicas que se extraen de las labores interiores de la mina se benefician en recipientes idénticos à los descritos, pero emplazados cerca del vertedero de la bomba de desagüe, evitando asi la conducción de las aguas hasta los depósitos de la Achada do Gamo.
La gran cantidad de aguas necesaria á todos estos trabajos, asi como también la que utilizan las máquinas de vapor, la que se gasta en regar el mineral en la corta y demás necesidades del establecimiento, se obtienen recogiendo las aguas de lluvia que se acumulan en los valles que envuelven la mina.
Existen varias presas, conocidas alli con el nombre de tapadas, la mayor parte escalonadas en dirección al punto de beneficio del mineral: la mayor de estas presas cierra un extenso valle, capaz de conte-ner seis millones de metros cúbicos de agua.
El arbolado que crece en las márgenes de este hermoso lago, y lo pintoresco de todo el paisaje que le roden prestan á este sitio tal amenidad, que es el mas favorecido por todos los viajeros que visitan la mina, y por los empleados de la Compañía que mantienen en ellago algunos barcos para su solaz y distracción.
Exportación- Los dos primeros trabajos que acometió la empresa de Santo Domingo, al tomar posesión de las minas, fueron la construcción del puerto de Pomarão en el rio Guadiana, y la de la via ferrea que une este puerto con el establecimiento, trabajos muy bien entendidos, pues consiguieron desde el primer momento el arrastre de sus minerales con gran economia, y poder efectuar una exportación que ascendió en años excepcionales à la cifra de 500.000 2.
Lo accidentado del trayecto desde la mina al puerto de Pomarão y in elección del emplazamiento de este último punto, que tenía que estar subordinado a que concurriesen las condiciones de un nivel conveniente, proximidad á la mina, y profundidad en el rio bastante para que permitiese la aproximación de buques de un regular calado, ofreció desde el primer momento verdaderas dificultades, que supo vencer la constancia y estudio del Sr. Mason autor de dichas obras.
El camino abierto á la explotación en el dia, no es el construido primitivamente, pues se modificó el trazado antiguo que iba siguiendo las sinuosidades del valle, para evitar las curvas rápidas que ofrecía y disminuyendo también el trayecto con la construcción de varios túneles.
La vía férrea actual, cuenta una longitud de 17 km: siendo el ancho de via el mismo de 1,10 m que уа digimos era el general en todos los servicios.
Las pendientes son bastante variables haciéndose automotor el tráfico en Iargos trayectos: las más usuales son de 2 1/2 à 3 y 5 por 100: los radios de curvas varían también entre los limites de 200 y 500 m.
Desde la Achada do Gamo punto de beneficio de los minerales, hasta el término de la via, hay custro estaciones denominadas Telheiro, Santana de Cambar, Salgueiro y Corte Machado, todas ellas provistas de depósitos de carbón y materiales, y vastos almacenes de mineral: la de Corte machado cuenta un gran almacén capaz para 25.000 T. Los túneles son en número de siete, el mayor de una longitud de 300 m. El puerto de Pomarão está emplazado en un sitio en que la ribera del Guadiana reduce bastante su cauce, pero la excesiva pendiente de las montañas y in naturaleza de la roca, hicieron bastante dispendiosa la construcción de los muelles y demás edificaciones.
El nivel de la via férrea está elevado unos cuatro metros sobre el piso del muelle; la descarga se hace sobre este último, é sobre otros vagones especie de plataformas que son los que arrojan el mineral en los buques; esta última operación se verifica voleando el vagón por un aparato especial, a las tolvas que dirigen el mineral por la escotilla de la embarcación.
La cascarilla se exporta en sacas ó fardos sumando de catorce à dies y seis el peso de una toneladas el mineral seco que se manda para beneficiarlo en Inglaterra se remite después de un ligero escogido á mano; y por último el mineral beneficiado en los vaciaderos se exporta también à la fabrica de ácido sulfúrico. Como este último mineral se arroja en el muelle según es conducido de in mina, y esta algún tiempo à la intemperie hasta que llega in ocasión de embarcarlo, se han practicado en el piso del muelle algunos pilonos de cementación que recogen las últimas cantidades de cobre que el mineral rinde en los días lluviosos. Se puede decir pues que la operación del beneficio se alambica todo lo que puede dar de si el procedimiento.
Los buques que atracan al puerto de Pomarão son por lo regular de una carga de 1.500t, pero como la barra del Guadiana, dada su poca profundidad no les permite salir con la carga total, la empresa mantiene unas pequeñas embarcaciones, que salen fuera de barra para completar el cargamento que pueden admitir.
Respecto a la exportación, digimos que habia ascendido à 500.000t en épocas excepcionales; in del año pasado solo fue de 100.000, lo cual no es de extrañar dada la baja que han sufrido los cobres, depreciación que viene manteniéndose por tanto tiempo con deplorable insistencia.
Para terminar nuestro trabajo sobre la mina Santo Domingo, réstanos decir cuatro palabras acerca de los talleres y población obrera.
Las oficinas, que así llaman en Portugal á los talleres, están enclavadas en el centro de los trabajos y contienen toda clase de máquinas y herramientas necesarias, no solamente para efectuar las reparaciones del material, sino para la construcción de toda obra nueva de máquinas, etc., etc.
Los útiles de este taller están movidos por una máquina de 16 caballos; el taller de maderas posee otra de 120 caballos, debido este exceso de fuerza á que en un principio fué el motor del alumbrado eléctrico que existió en todas las oficinas: por último la fundición cuenta dos cubilotes de capacidades de 1Ky2t.
La villa de Santo Domingo está edificada en rumbo NE. de la explotación; y en el dia es un pueblo capaz para 4 ò 6.000 habitantes, por más que actualmente no cuenta más que 2.000 operarios en sus trabajos. En calles escalonadas en la vertiente de una extensa colina hay un sin fin de cuarteles dispuestos en forma de anfiteatro, y presentando á la vista un bello panorama; esta disposición de gradas les permite ejercer una vigilancia más cuidadosa y al propio tiempo una ventilación mayor en las habitaciones. Además cuentan los operarios con un mercado, como no existen en villas de mucha mayor población, un buen hospital, teatro y una capilla que ocupa la parte central del pueblo.
Un magnífico palacio, habitación del Vizconde de Santo Domingo, encierra las dependencias facultativa y administrativa, un gran laboratorio, en fin todo lo necesario en un establecimiento de esta importancia. El alto personal habita en pequeños hoteles próximos al palacio.
Tal es hoy la mina de Santo Domingo. Desde la remota época en que fué abandonada por los Romanos, borrados todos los vestigios de la antigua explotación, solo una modesta hermita dedicada á Santo Domingo se levantaba en aquel desconocido desierto. La industria moderna, apoderándose de aquel venero de riqueza, lo puso nuevamente de manifiesto, profundizó los secretos de sus antecesores, y pronto interrumpió el silencio de aquellos valles el eco de las máquinas de vapor, el ruido de los barrenos que demolían las montañas, el eco en fin de una nueva vida que renacía al trabajo, la luz del progreso que alumbraba aquellos desiertos después de veinte siglos de continua noche.
No terminaré estos incorrectos apuntes sin hacer público mi agradecimiento al Sr. Abecasis, Gerente del Establecimiento, al Sr. Mascarenhas, Administrador, Capitan Harvey, jefe de la explotación, Brown del laboratorio, asi como también á D. Manuel Roldán, alumno de la Escuela de Freiberg, por la galante acogida que me dispensaron, que no desmintió en nada la proverbial y esquisita cortesía del pueblo portugués.
ALFREDO GONZÁLEZ E. LASALA.
=
Ingeniero de minas.