James Cross Brown

Informação Pessoal: 

Biografia

Observações: 
Organograma 1940 e 1945
Empresa: 
Mason & Barry
Partilhar
Profissão / Categoria: 
Director Geral em Londres
Local de Trabalho: 
Londres
Notas adicionais: 

O Campo de Jogos, junto do teatro tem o seu nome.

"A 2 de Setembro de 1962 a ‘Mason & Barry’ informa que não pode continuar a pagar os salários e outros encargos com a exploração mineira. Na carta que é enviada ao governo a 29 de Setembro (mas que por engano é endereçada ao Banco de Fomento Nacional), o major P. Cross Brown, representante da empresa e Presidente do Conselho de Administração da ‘Mason & Barry’ que se desloca a Portugal, refere que o Director Geral da Direcção-Geral de Minas e Serviços Geológicos, Eng. Fernando Soares Carneiro, lhe havia solicitado para não proceder ao encerramento da mina. Cross Brown na altura não havia tomado qualquer decisão relacionada com o futuro da mina, mas afirmava que a ‘Mason & Barry’ não poderia continuar a pagar os salários e outros encargos inerentes à actividade mineira. De facto, a esta data a mina já se encontrava fechada e estava inundada até ao nível do esgoto natural, mantendo somente um simples serviço de guarda no exterior. A situação económica da empresa britânica vai-se degradando e desde Junho de 1963 deixa de cumprir o pagamento dos honorários do Director Técnico das diversas concessões mineiras dos Carris. Apesar de várias insistências junto de Gregório Pereira Rodrigues, gerente e representante da ‘Mason & Barry, Ltd.‘ em Portugal, e de José Inácio, sócio gerente da Sociedade das Minas do Gerez, Luíz Aníbal Teixeira Sá Fernandes apresenta a 21 de Dezembro de 1965 a desistência das direcções técnicas das concessões do Salto do Lobo, Lamalonga n.º 1, Corga das Negras n.º 1 e Castanheiro.

Com a desistência do cargo de Director Técnico por parte de Luís Sá Fernandes, as concessões mineiras dos Carris encontram-se em situação ilegal e a 6 de Janeiro de 1966 é solicitado à Sociedade das Minas do Gerez a entrega de uma nova proposta e do termo de responsabilidade para as direcções técnicas das suas concessões mineiras. Trabalhando nas Minas de S. Domingos (as Minas de S. Domingos eram também exploradas pela britânica ‘Mason & Barry Ltd.’ que lá iniciou os seus trabalhos em 1858. Situam-se na freguesia de Corte do Pinto, Mértola – Beja.) para a ‘Mason & Barry’, o Agente Técnico de Engenharia Civil Virgílio de Brito Murta, é contactado em finais de 1965 pela Sociedade das Minas do Gerez para assumir a Direcção Técnica das suas concessões. O novo Director Técnico é apresentado a 12 de Janeiro de 1966 e a sua nomeação tem parecer favorável do Conselho Superior de Minas e Serviços Geológicos a 2 de Fevereiro, sendo emitido um despacho ministerial de aprovação a 8 de Fevereiro que o nomeia como Director Técnico das quatro concessões em questão. O texto do despacho ministerial da nomeação, que é datado de 24 de Fevereiro, é publicado em Diário do Governo a 7 de Março (Diário da República n.º 55, IIIª Série, de 7 de Março de 1966, página 713; Virgílio de Brito Murta ocuparia o cargo até Novembro de 1970).

As condições do acampamento mineiro vão-se degradando mas em 1966 ainda “se transitava de carro pelo Vale do Alto Homem. Nesta altura a mina estava já parada há vários anos e o único residente era um guarda já de idade avançada que dava pela alcunha de ‘Artilheiro’ que aparentemente nunca tinha ido ao Porto, tendo ido uma vez a Braga e meia dúzia de vezes às Caldas do Gerês, passando o resto de toda a sua vida na montanha” (por correspondência electrónica com Carlos Sousa a 11 de Dezembro de 2007).

No princípio de 1968 era desesperada a situação da Mason & Barry e em finais de Janeiro e princípios de Fevereiro estão a ser tomadas medidas para salvaguardar os interesses dos credores portugueses e ingleses. Em princípios de Fevereiro era apresentada nos tribunais ingleses uma petição para a liquidação compulsória da empresa. A decisão do tribunal de Chancery, Londres, seria na altura adiada por oito semanas para que uma comissão de inquérito pudesse avaliar o património da empresa para assim preparar um esquema compensatório para a liquidação das dívidas tanto em Portugal como em Inglaterra. A Mason & Barry seria declarada falida pela Câmara de Falências de Lisboa a 22 de Abril e sete dias depois dá-se comunicação deste facto ao Banco de Fomento Nacional que segundo a cláusula n.º 5 do contrato de empréstimo elaborado com o então Fundo de Fomento Nacional, gozava do privilégio imobiliário sobre a concessão mineira e instalações acessórias, além de outros bens imobiliários da sociedade. É então iniciado um processo de penhora em princípios de Dezembro com a Direcção-Geral das Contribuições e Impostos, através da sua Repartição de Finanças do Concelho de Montalegre, a solicitar a 5 de Dezembro à Direcção de Minas e Serviços Geológicos as informações relativas ao número de minas, denominações, localizações, número das concessões e valores cadastrais das minas pertencentes à Sociedade das Minas do Gerez, Lda. A resposta surge a 13 de Dezembro com o Chefe da Repartição das Finanças do Concelho de Montalegre a enumerar as referidas concessões e outros dados pretendidos. Na altura as concessões tinham um valor cadastral total de 1.124.472$00 dos quais 1.108.332$00 correspondiam à concessão do Salto do Lobo, 7.000$00 correspondiam à concessão da Corça das Negras n.º 1, 5.000$00 correspondiam à concessão do Castanheiro e 4.140$00 correspondiam à concessão da Lamalonga n.º 1.

Nesta altura a ‘Mason & Barry Lt.’ tinha propriedades em desenvolvimento no Algarve para além de interesses em minas portuguesas e mexicanas. Entre as suas subsidiárias em Portugal contavam-se a ‘Mason & Barry (construtores de embarcações) Lt.’ os Estaleiros Navais do Algarve, Lda., a ‘Mason & Barry (urbanizadores) Lt.’, a ‘Mason & Barry (construtores civis) Lt.’, a ‘Mason & Barry (agentes) Lt.’ Existindo também oito subsidiárias inglesas e uma mexicana (in ‘Diário de Lisboa’, Quarta-feira 7 de Fevereiro de 1968, pág. 12)."http://carris-geres.blogspot.com/2020/06/o-complexo-mineiro-dos-carris-n...